Viver bem é viver convivendo com arte
Condomínios com acervo artístico têm demandas específicas de segurança, limpeza e contratação de seguro.
Eles já vêm com um diferencial de causar inveja e, embora sejam ainda raros, estão com tendência de alta no mercado de lançamentos imobiliários. Estamos falando dos condomínios que nascem com obras de arte em suas áreas comuns.
Tais empreendimentos se responsabilizam pela manutenção do acervo que lhes garante permanente valorização, tendo assim que tomar uma série de precauções.
São cuidados específicos, muitas vezes elaborados por especialistas, como museólogos e marchands. Esta atenção especial é dirigida desde a orientação ao pessoal de limpeza, para a conservação das peças, até a contratação de seguro com cobertura adequada, e reforço das instalações e procedimentos de segurança.
O condomínio Fonte Vieille, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, é o caso mais exemplar. Considerado um museu, é único no País com o conceito. Seu acervo é composto por 109 obras originais, entre gravuras, óleo sobre tela, esculturas, e outras expressões artísticas como lustres e mobiliário antigo e de origem certificada, todos do acervo da incorporadora do empreendimento, a Carvalho Hosken S/A, cujo controlador e presidente, Carlos Carvalho, é um grande conhecedor de artes. É do empreendimento o conceito “Viver bem é viver com arte”.
O acervo está distribuído pelas quatro torres, onde é possível conviver com nomes como Di Cavalcanti, Portinari, Rugendas, Rodin, Ceschiatti, Bruno Giorgi, Carybé, Manabu Mabe e outros expoentes das artes plásticas de várias escolas e épocas.
“É o único empreendimento residencial do País – e possivelmente do mundo – que possui permanentemente à mostra para seus moradores e visitantes uma valiosíssima coleção de obras de arte autênticas. Um verdadeiro paraíso para quem aprecia artes. Daí o lema do condomínio: Font Vieille – Viver bem é viver com arte”, diz o síndico Henrique Vianna.
Conservação do acervo
Obra de arte, para ser efetivamente preservada, exige atenção especializada. Para tanto, a convenção de condomínio determina que anualmente seja contratada uma comissão de experts para realização de laudo de vistoria que aponte as eventuais degradações ocorridas e faça as devidas recomendações para a melhor preservação de todo o acervo.
“Lidar com o acervo não é coisa para leigo. Embora pareça simples, até a mera limpeza de um quadro a óleo sobre tela exige técnica, delicadeza e conhecimentos específicos. Não se pode imaginar que um pano, um espanador, um aspirador, sejam instrumentos adequados para isso. Daí por que, periodicamente, um museólogo especializado realiza, com material apropriado, os serviços de limpeza das obras mais delicadas (telas, gravuras, esculturas finas em madeira), e, quando eventualmente indicada a necessidade, as obras são entregues a um restaurador de renome para realização de pequenos reparos”, explica o síndico.
Todo o cuidado é pouco. A equipe de manutenção do condomínio foi devidamente treinada pela museóloga da construtora, Sylvia Regina. Orientação que também previu o correto transporte das peças cuja remoção, por vezes, se torna necessária. Casos de obras no ambiente, com eventuais riscos de dano.
Até para a limpeza e troca de lâmpadas dos lustres que decoram os halls das torres houve treinamento, e já está prevista a instalação de um sistema de up-down para permitir a descida dos lustres e reduzir os riscos decorrentes do atual uso de andaimes.
Segurança especial
O condomínio conta com 72 câmeras de circuito fechado monitoradas numa central durante 24 horas e uma eficiente equipe de segurança para a tranquilidade dos moradores e também da seguradora quanto à manutenção da integridade de todas as obras do acervo.
Segurar esse acervo também não é para qualquer um. Nem todas as seguradoras aceitam o risco, e sempre é necessário avaliar bem nas mãos de quem o condomínio vai confiar tal tesouro.
Boas seguradoras, no entanto, o fazem, havendo algumas que possuem apólice com condições específicas para o seguro de obras de arte. Evidentemente algumas exigências básicas são naturais: “Há que se comprovar a origem e a propriedade dos bens e oferecer condições adequadas de segurança no local, por exemplo,”, detalha.
Exigência comum é a de haver o tal monitoramento 24 horas por dia e um sistema de alarme ligado a uma central. “Não há cobertura para perda em razão de temperatura ou umidade, o que naturalmente reforça o nosso acerto em manter museólogos permanentemente cuidando da conservação correta das peças”, diz Vianna.
Os detalhes e exceções são variados. Quando a apólice abrange também riscos relativos ao transporte de peças, normalmente a seguradora indica as transportadoras por ela credenciadas para esse serviço, garantindo assim a cobertura dos riscos assumidos. E assim por diante.
“A questão do valor das obras foi, no nosso caso, solucionado através da avaliação de cada peça por marchands reconhecidos do mercado e aceita pela seguradora, tendo em conta a comprovação documental fidedigna da originalidade de cada uma e também da legitimidade da posse e propriedade dos bens”, conta.
Escultura nos prédios
O empreendimento Font Vieille é recente, de 2012. Mas a Barra da Tijuca, bairro onde está instalado, é reduto dos grandes condomínios-clube e sempre permitiu às construtoras realizar projetos diferenciados.
O Condomínio Novo Leblon, de 1976, segundo lançamento do bairro, teve como lema “Viva onde você gostaria de passar suas férias”, e foi entregue com uma escultura para cada um de seus oito prédios, todos com nomes de artistas: Canova, Moretto, Masaccio, Lucca Della Robbia, Di Duccio, Ghirlandaio, Michelozzo e Pisano.
São oito esculturas de grande porte que, segundo a Superintendente Executiva do Condomínio, Anna Regina Degering Ribeiro, valoriza o condomínio em geral e cada fachada em particular.
“Regularmente, realizamos a comunicação interna para divulgar detalhes sobre as peças ou artistas de modo a valorizar o acervo, ampliando o conhecimento e a consciência dos moradores para a riqueza de que dispõem”, afirma.
Por suas características – as obras de arte são em concreto, bronze ou ferro –, os cuidados não são tão tantos como no caso do Font Vieille. A síndica, Flávia Bastos, do edifício Di Duccio conta que para a escultura “Figura Reclinada” instalada no jardim são necessárias apenas limpezas, a cada três ou quatro meses. Uma lavagem com água e sabão neutro para retirar a poeira. “O concreto é material poroso que acumula sujeira”, explica.
As peças em ferro são as que dão mais trabalho, exigindo repinturas e, por vezes, troca de placas devido à corrosão provocada pela proximidade com o mar. Entre elas está à escultura exposta no edifício Moretto, a enigmática “Rizoma metálico em desenvolvimento aéreo emissor-receptor de ondas cósmico-telúricas alimento de seres sensíveis e contemplativos”. “Recentemente, fizemos nova pintura”, conta a síndica Duleina Bacelar Duarte. Para valorizar ainda mais a peça, o jardim ao redor também foi remodelado, ganhando novas espécies e nova iluminação.
“Cuidar do acervo é mais que uma responsabilidade. É um prazer poder contemplar estas peças que estão ao nosso alcance”, afirma.
Fonte: ICondominial / Mais informações ->> Carvalho Hosken S.A
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